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Compensação de Carbono: importância, créditos e mercado

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Toda atividade humana impacta o meio ambiente, seja pela queima de combustível relacionado ao transporte, ou pelo consumo de energia, ar-condicionado, água e geração de resíduos. Para compensar esse dano ao meio ambiente as empresas e pessoas físicas podem comprar créditos de compensação de carbono e se tornarem neutra em carbono.

Uma empresa ou produto é neutra em carbono quando todas as emissões de gases de efeito estufa provenientes de suas atividades são devidamente quantificadas  por um inventário de emissões – e uma ação de compensação ambiental – a famosa neutralização de carbono – é realizada na mesma proporção. 

Por que as emissões de CO2 afetam o meio ambiente

Porque o CO2 é um dos Gases de Efeito Estufa (GEE) que são substâncias gasosas naturalmente presentes na atmosfera com o papel de absorver parte da radiação infravermelha emitida pelo Sol e refletida pela superfície terrestre de forma a dificultar esse escape da radiação para o espaço.

Este é um fenômeno que acontece naturalmente e é muito importante para a vida na Terra pois mantém o planeta Terra aquecido. Porém, as atividades antrópicas, como queima de combustíveis fósseis, gases emitidos por escapamentos de carros, tratamento de dejetos, uso de fertilizantes, atividades agropecuárias entre outros processos industriais tem agravado a situação e colaborado para um superaquecimento da Terra.

O problema do efeito estufa:

Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, são consequências do efeito estufa:

  • 1. Derretimento das calotas polares e aumento do nível do mar.
  • 2. Agravamento da segurança alimentar, prejudicando as colheitas e a pesca.
  • 3. Extinção de espécies e danos a diversos ecossistemas.
  • 4. Perdas de terras em decorrência do aumento do nível do mar, provocando também ondas migratórias.
  • 5. Escassez de água em algumas regiões.
  • 6. Inundações nas latitudes do norte e no Pacífico Equatorial.
  • 7. Riscos de conflitos em decorrência da escassez de recursos naturais.
  • 8. Problemas de saúde provocados pelo aumento do calor.
  • 9. Previsão de aumento da temperatura em 2ºC até 2100, comparado ao período pré-industrial (1850 a 1900).

O CO2 é responsável por cerca de 60% do efeito-estufa e sua permanência na atmosfera é de centenas de anos. Esse gás é proveniente de diversas atividades humanas como a queima de combustíveis (carvão mineral, petróleo, gás natural e turfa) que foram responsáveis por aumentar em 35% a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera desde a Era Industrial quando o uso de combustíveis fósseis aumentou vertiginosamente. Queimadas e desmatamentos também colaboram para piorar a situação pois destroem as árvores, reservatórios naturais e sumidouros que têm a capacidade de absorver o CO2 do ar.

Além do CO2 outros gases do efeito estufa são reconhecidos internacionalmente e regulados pelo Protocolo de Kioto como:

  • Metano (CH4): é o segundo maior responsável pelo aumento das temperaturas da Terra. Ele tem um poder 21 vezes maior que o CO2. E provém de atividades humanas ligadas a aterros sanitários, lixões e pecuária. Além disso, pode ser produzido por meio da digestão de ruminantes e eliminado por eructação (arroto) ou por fontes naturais. Cerca de 60% da emissão de metano provém de ações antrópicas como a agropecuária.
  • Óxido Nitroso (N2O): pode ser emitido por bactérias no solo ou no oceano. As práticas agrícolas são as principais fontes de óxido nitroso advindo da ação humana. Exemplos dessas atividades são cultivo do solo, uso de fertilizantes nitrogenados e tratamento de dejetos. O poder do óxido nitroso de aumentar as temperaturas é 298 vezes maior que o do dióxido de carbono.
  • Gases fluoretados como Hidrofluorcarbono (HFC) e Perfluorcarbono (PFC): são produzidos pelo homem para atender às necessidades industriais. Os hidrofluorocarbonetos são usados em sistemas de arrefecimento e refrigeração; hexafluoreto de enxofre é usado na indústria eletrônica; perfluorocarbono é emitido na produção de alumínio e clorofluorcarbono (CFC) é responsável pela destruição da camada de ozônio.

Como funciona a compensação de carbono na prática

A compensação de carbono é uma prática de mercado que consiste em promover o intercâmbio entre quem gera créditos de carbono por reduzir emissões, plantando árvores ou conservando as existentes, e quem precisa compensar suas emissões residuais. Logo, uma organização compra créditos de carbono de outra, que recebe os investimentos.

O que são créditos de carbono

Se você não tem se envolvido muito nas discussões sobre emissão e compensação de carbono, a gente te explica como funciona. O crédito de carbono é uma unidade de medida que representa uma tonelada de dióxido de carbono equivalente (tCO2e). Essa medida serve para calcular quando foi reduzida a emissão de gases do efeito estufa (GEE) e seu possível valor de comercialização.

De acordo com o Potencial de Aquecimento Global (Global Warming Potential ou GWP), todos os gases do efeito estufa são convertidos em tCO2e. Assim, o termo “carbono equivalente” (CO2e) se configura como a representação dos gases do efeito estufa em forma de CO2. Dessa forma, quanto maior o potencial de aquecimento global de um gás em relação ao CO2 maior será a quantidade de CO2 representada em CO2e

Como calcular a quantidade de carbono que preciso compensar?

Toda pessoa no Planeta possui sua pegada de carbono, ou seja, o impacto ambiental que seu estilo de vida atinge o meio ambiente. Para se ter uma ideia: uma simples refeição tem uma pegada de carbono que leva em conta os impactos da plantação, da pecuária e do transporte desses alimentos. Uma carne que você come no almoço, por exemplo, está relacionada com o desmatamento ilegal para a abertura de pastagens e plantação de grãos que virarão ração para o gado. O óleo de palma que está presente em muitos biscoitos e doces industrializados está relacionado com o desmatamento de florestas da Indonésia, principal país exportador do produto.

A boa notícia é de que é possível levantar a quantidade de dióxido de carbono (CO2) emitida nas atividades do cotidiano de empresas, pessoas físicas, produtos e governos. No caso de pessoas físicas existem calculadoras que fazem uma estimativa da quantidade de CO2 emitido através de informações sobre o consumo. Já para cálculos mais complexos empresariais é possível contratar empresas especializadas para realizar um inventário de emissões de carbono. Com essas informações em mãos é possível identificar quais práticas emitem mais carbono, como a utilização frequente de carros ou uma frota de caminhões, por exemplo.

Com a avaliação feita é definido um alvo para fazer a neutralização desse carbono. Mas antes disso medidas para evitar ou minimizar a geração de CO2 devem ser colocadas em prática. Assim, uma empresa ou pessoa física pode passar a utilizar materiais 100% reciclados, diminuir o gasto de energia, reutilizar água, implantar projetos ecoeficientes, entre outros. 

Como empresas podem neutralizar o carbono emitido em suas atividades

A neutralização de carbono envolve a compra de créditos equivalentes à quantidade de gases que foram emitidos. Por exemplo, uma empresa produz cinco toneladas de carbono, assim, para zerar suas emissões ela deve comprar cinco créditos de carbono, pois 1 crédito de carbono equivale a 1 tonelada de carbono equivalente (CO2e). 

Para isso, a empresa deve procurar organizações confiáveis e certificadas para fazerem essa compensação. Na prática, pode estar compensando esse CO2 com empresas que capta biogás de um aterro sanitário e o transforma em energia ou com empresas que realizam o plantio e preservação de florestas nativas

Essas empresas geram créditos de carbono pelo uso de energia limpa ou por evitar o desmatamento. Esses créditos são então calculados pelo total de CO2 que deixou de ser gerado. Então uma relação de parceria entre ambas empresas é estabelecida – uma compra os créditos de carbono neutralizando suas emissões e outra recebe os investimentos para continuar o projeto.

Como a Ecoassist faz a compensação de carbono

 A Ecoassist não apenas neutraliza o carbono de suas atividades como também se preocupa em fazer sempre mais. Através da plataforma Tesouro Verde da Brasil Mata Viva compramos Unidades de Créditos de Sustentabilidade (UCS) que não somente compensam o CO2 que emitimos ao conservar algumas árvores mas preserva hectares e mais hectares de floresta nativa. Cada UCS equivale a 1 tCO2e (tonelada de dióxido de carbono equivalente).

As UCS, que também são chamadas de crédito de floresta, são geradas pelo serviço já prestado e aferido no ano anterior. O valor arrecadado é pago ao produtor que tem terras inativas, dessa forma, ele pode cuidar dessas terras e ainda receber por isso. Assim, o desmatamento se torna uma desvantagem, pois o produtor está perdendo uma grande quantia pela floresta em pé. De acordo com a economista e CEO do Brasil Mata Viva, Maria Tereza Umbelino de Souza:

“Nossa plataforma inventaria, quantifica, valora e coloca no mercado as UCSs, que são, na verdade, os frutos da conservação das florestas em áreas de reserva legal e APPs (Áreas de Preservação Permanente). É uma commodity do produtor”

A quantidade de UCS que o produtor vai receber varia de acordo com alguns critérios como: tamanho da área conservada, localização da floresta e volume de carbono estocado. Por exemplo: 1 hectare preservado no arco do desmatamento na Amazônia pode render 1.600 UCS ao produtor. Já uma floresta no Cerrado vale 700 UCs.

Segundo a CEO, mais de 700 mil hectares de floresta e cerca de 1.000 produtores de várias regiões do Brasil, incluindo Sudeste e Nordeste, estão na fila para participar do programa.

Como os produtores podem aderir ao Tesouro Verde?

Para aderir ao Tesouro Verde e obter o selo de sustentabilidade, os agricultores assinam um compromisso de preservar e proteger a floresta nativa de suas terras pelos próximos 25 anos. A equipe da BMV faz um inventário in loco da área aplicando metodologias validadas por cientistas da Faculdade de Ciências Econômicas da Unesp e registrada na ONU (Organização das Nações Unidas).

Depois disso, o processo é auditado por uma empresa terceirizada. Esse inventário é registrado em blockchain e  a calculadora da Plataforma Tesouro Verde converte o volume de recursos naturais consumidos pelo comprador (empresas ou pessoas físicas) em quantidade de UCSs (Unidades de Crédito de Sustentabilidade) necessárias para garantir a certificação. 

Após o pagamento, a transação é registrada em blockchain e o crédito pode então ser retirado do mercado. Após isso, o comprador recebe seu selo com informações sobre a fazenda que gerou o crédito, localização das florestas preservadas e demais detalhamentos sobre a conservação da fauna, flora e recursos hídricos. Ao final do processo o produtor rural recebe o pagamento.

Em entrevista ao Globo Rural, Hiones Vicentin, que é dono de uma fazenda de 2.600 hectares em Nova Maringá (MT), diz que seu pai, Hiones Valentin, aderiu ao projeto do BMV  há 12 anos com a certeza de que manter a floresta em pé um dia iria render muito mais do que o plantio de soja ou a criação de gado. A família abriu apenas 300 hectares para o plantio de seringal, embora tivesse autorização para desmatar metade da área.

“Sempre procuramos uma forma de receber por essa conservação da mata, que gera gastos, como a contratação de patrulhas para combater incêndios. Recebemos até agora um valor muito pequeno, mas confiamos no ecossistema do BMV.” A família tem 2 milhões de créditos de floresta. Vicentin também faz a conta do valor que poderia ganhar se plantasse soja. “Se eu tivesse arrendando para a soja os 1.100 hectares aprovados, ganharia 12 mil sacas por ano. Se produzisse a soja diretamente, teria lucro de 25 mil sacas por ano.”

O que você pode fazer ainda hoje para compensar ou minimizar sua pegada de Carbono

Utilizar materiais recicláveis:

Sempre que possível você pode optar por comprar produtos feitos de outros materiais reciclados e incentivar a economia circular. Priorizar produtos reutilizáveis e fazer a reciclagem de seus próprios resíduos também entra nessa dica!

Implantar projetos ecoeficientes:

Com o reaproveitamento de recursos naturais como água da chuva e sol você pode mudar seu impacto ambiental. Instalação de painéis solares, captação de água da chuva, parede e teto verde são alguns dos projetos desse tipo.

Fazer uma consultoria ambiental

Esse serviço irá avaliar todos os pontos de melhoria no desempenho energético e sugestões práticas para a economia de água e energia elétrica. Também te dará dicas de reciclagem, manutenção preventiva de equipamentos elétricos, uso de iluminação natural, etc.

Fazer o Descarte Ecológico:

Móveis, eletrônicos e eletrodomésticos garantindo que eles tenham um destino final ecologicamente correto através da reciclagem, coprocessamento ou aproveitamento através de projetos sociais. Dessa forma, seu resíduo não corre o risco de poluir a natureza e ainda pode voltar para a cadeia produtiva.

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