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O Movimento Julho Sem Plástico: Como Funciona e Como Contribuir

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julho sem plastico

Se você deu uma olhadinha nas redes sociais esses dias deve ter encontrado alguns (ou muitos) posts com a hashtag #julhosemplástico  mas você sabe como funciona o movimento do Julho Sem Plástico? Nesse post vamos te explicar a origem dele, sua importância e como você pode participar!

Esse movimento surgiu em 2011 no Reino Unido como uma iniciativa do Earth Carers Waste Education que se popularizou ao redor do mundo em formato de apelo a todas as nações pela redução do consumo de plástico.

Hoje em dia a campanha ficou ainda mais robusta e conta com o site Plastic Free July criado por Rebecca Prince-Ruiz, uma das principais ativistas ambientais do mundo – onde  é possível inscrever-se na campanha oficial. O objetivo é único para milhões de pessoas: reduzir a poluição plástica, principalmente no mês de julho.

De acordo com dados publicados pela fundação Plastic Free July só em 2018, 120 milhões de pessoas (distribuídas em 177 países diferentes) participaram do movimento. O impacto disso foi, em média, a redução de 76 kg de lixo doméstico por ano, 18 kg de embalagens descartáveis e 490 milhões de quilos de resíduos plásticos foram poupados.

Os dados sobre os impactos do plástico são cada vez mais alarmantes, um deles aponta que 12,7 milhões de toneladas de plástico vão para os oceanos todos os anos. Segundo a ONU Meio Ambiente, se continuarmos nesse ritmo, em 2050 o mar terá mais plásticos do que peixes. E não para por aí: se você come peixe também está consumindo microplásticos através dos animais marinhos. 

julho sem plastico. pra todos verem: pequenos plásticos coloridos

Quais os perigos do plástico para a saúde humana

O perigo dos microplásticos para a saúde ambiental e humana é muito preocupante. Pela primeira vez no mundo uma pesquisa da USP detectou nove tipos de microplásticos em pulmões humanos. A pesquisa foi realizada pelo Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina na Universidade de São Paulo (FMUSP) liderada pelo engenheiro ambiental Luís F. Amato Lourenço em seu pós-doutorado. Com isso foram encontrados fragmentos submilimétricos de plástico em tecidos pulmonares de 13 dos 20 indivíduos analisados.

Como se não bastasse essas informações ainda tem mais. Outro estudo confirmou que existe a possibilidade de estarmos consumindo entre 39.000 a 52.000 partículas de microplástico a cada ano. Se ainda for considerado o potencial de inalação esse número sobe para 74.000 partículas. Isso tudo são consequências do consumo predatório e devastador do plástico, que chega nos oceanos e demais corpos d’água, se decompõe e vão parar no nosso prato e no nosso organismo. 

Relação entre plástico e infertilidade

Outra pesquisa importante no assunto foi feita pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e descobriu que o Bisfenol A (BPA) está diretamente ligado ao crescente número de homens em idade reprodutiva com problemas de fertilidade. O BPA é utilizado na fabricação de policarbonato, um tipo de resina usada na produção da maioria dos plásticos.

O BPA já foi banido de países como Estados Unidos, por exemplo. Isso porque além da mais recente descoberta científica, os pesquisadores já sabiam há muitos anos que o BPA pode causar doenças como câncer e problemas cardíacos. Aqui no Brasil, a substância foi proibida em 2011 para a fabricação de produtos para bebês, como mamadeiras e outros utensílios para lactantes. 

A representante da Câmara e do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Paraná e assessora da diretoria da Fundação Araucária, Priscila Tsupal, reitera que as garrafas de plástico de água mineral, filme plástico e copos descartáveis para cafezinho, por exemplo, também podem conter BPA.

“A lista é bem grande e é preciso estar atento às informações do rótulo. É importante observar se os números 3 ou 7 estão expostos no símbolo da reciclagem. Se estiverem, não utilize e nunca esquente alimentos no plástico,”

reforça Priscila que também é professora do Departamento de Nutrição da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).

julho sem plástico. pra todos verem: macaquinho na arvore morde uma garrafa de plástico

Plásticos de uso único – os grandes vilões

O grande vilão da vida terrestre definitivamente são os plásticos, principalmente aqueles de uso único. Você sabia que 40% dos plásticos são jogados no lixo nos primeiros 20 minutos de uso? Parece loucura mas faz sentido. Pense nas frutas compradas no mercado que, para chegarem até sua casa, foram embaladas em sacos plásticos transparentes e muitas vezes colocadas ainda em outro saco plástico colorido e maior. Ou o que dizer dos copos plásticos próximos a bebedouros em locais públicos. Na cozinha de casa também encontramos legumes, carnes e cogumelos embalados em pratinhos de isopor e fechados com plástico filme.

De acordo com dados do Banco Mundial, o Brasil é 4º maior produtor de lixo plástico no mundo, contando com 11,3 milhões de toneladas e ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia. Desse montante, mais de 10,3 milhões de toneladas foram coletadas (91%), mas apenas 145 mil toneladas (1,28%) foram efetivamente recicladas (inseridas novamente na cadeia de produção). Esse é um dos menores índices da pesquisa e fica bem abaixo da média global de reciclagem plástica que é de 9%. A expectativa nada motivadora é de que até 2030 encontremos o equivalente a 26 mil garrafas plásticas no mar a cada km2.

“Nosso método atual de produzir, usar e descartar o plástico está fundamentalmente falido. É um sistema sem responsabilidade, e atualmente opera de uma maneira que praticamente garante que volumes cada vez maiores de plástico vazem para a natureza”

afirma Marco Lambertini, Diretor-Geral do WWF-Internacional. E se engana quem pensa que o plástico polui apenas o mar, a estimativa é de tenha ainda mais plástico poluindo o solo e comprometendo o ecossistema.

julho sem plastico e como reduzir o uso de plástico. pra todos verem: um pássaro em cima de plásticos

Dicas para reduzir o seu uso de plástico

Agora que você já sabe a magnitude do que o plástico pode causar no meio ambiente e na nossa saúde, vamos para algumas dicas de como reduzir seu consumo de plástico no Julho Sem Plástico.

  • Utilize sacolas retornáveis ao invés de sacolas plásticas: é um costume prático que ajuda bastante o meio ambiente. A maioria dos mercados possuem sacolas retornáveis para comprar, mas você pode reutilizar alguma bag que já tenha em casa. E se atente às diferenças entre produtos ecológicos e produtos sustentáveis.
  • Priorize compras a granel e leve saquinhos de tecido e potes de vidro: dessa forma você evita o plástico dos produtos embalados do mercado e também as sacolinhas plásticas do mercado a granel.
  • Evite comprar frutas embaladas em plástico: a proteção ideal para as frutas são suas próprias cascas pois nenhuma delas demora 500 anos para se decompor como é o caso do plástico.
  • Carregue com você utensílios de reuso: como copos de silicone dobrável, talheres de metal, canudos de bambu ou inox, saquinho de tecido e o que mais for necessário para a sua rotina.
  • Substitua o papel filme e de alumínio por tecidos de cera: esses tecidos são maleáveis e se adaptam para fechar panelas e potes seja qual for o tamanho.
  • Tenha uma garrafinha de água: vale reutilizar alguma garrafinha de plástico que você comprou ou mesmo garrafinhas de vidro
  • Utilize potes de vidro: isso é muito importante caso você tenha o costume de levar marmita para o trabalho. Potes plásticos quando aquecidos liberam microplásticos que, como você já sabe, faz um mal gigante à saúde.
  • Substitua esponjas sintéticas por esponja vegetal: as buchas vegetais são frutos de uma planta e são perfeitas para lavar sua louça. Pra começar com tudo no mês de julho aprenda como reciclar suas esponjas de cozinha.
  • Opte por cosméticos em barra: a cada dia surgem mais marcas com o conceito em barra – e mesmo marcas já consagradas estão disponibilizando versões em barra do seu produto. Assim utiliza-se menos plástico para as embalagens e menos água pois o produto fica bastante concentrado em suas versões em barra.
  • Substitua absorventes descartáveis por calcinhas menstruais e coletores: a Pantys e a Fleurity são empresas referência nesse assunto mas existem várias outras pra você pesquisar e ver qual você mais gosta
  • Substitua fraldas descartáveis por fraldas de tecido
  • Não utilize esfoliantes sintéticos: na maioria das vezes aquelas bolinhas responsáveis pela esfoliação são microplásticos. O mesmo acontece com algumas pastas de dentes.
  • Escolha escovas de dentes biodegradáveis: com cabo de bambu (que inclusive pode ser compostado) e cerdas recicláveis, essas escovas de dentes não poluem o meio ambiente.
  • Troque cotonetes plásticos por de papel ou limpadores de ouvido
  • Evite chicletes: pois eles possuem plástico em sua composição – além de fazerem bem mal pros dentes

Esperamos que você tenha gostado de saber um pouco mais sobre os impactos dos plásticos e também, o que você pode fazer para ajudar o meio ambiente reduzindo seu consumo de plásticos nesse #julhosemplástico

Leia também: Descubra como descartar corretamente máscaras descartáveis

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